terça-feira, 28 de junho de 2011 0 comentários By: Fredolento

De olho na saúde



Se for necessário, outro microssistema, também instalado na lente, injeta nos olhos a quantidade de insulina recomendada para que a situação fique controlada.

Pesquisador da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, o médico brasileiro Márcio Abreu desenvolveu lentes equipadas com microssensores capazes de fornecer informações como pressão ocular e nível de glicose no sangue, alertando assim para alterações perigosas. No caso dos diabéticos, as GlucoLens medem a quantidade de açúcar presente nos vasos sangüíneos da pálpebra. Por meio de uma reação eletroquímica, o açúcar produz uma quantidade ínfima de carga elétrica que pode ser registrada por sensores da própria lente. Um pequeno aparelho, atado ao pulso do paciente, recebe essas informações enviadas pelas lentes via sinais de rádio. Dessa forma, o diabético pode ser monitorado 24 horas por dia. Se for necessário, outro microssistema, também instalado na lente, injeta nos olhos a quantidade de insulina recomendada para que a situação fique controlada. As GlucoLens já foram licenciadas para uma multinacional e em breve devem estar nas prateleiras de todo o mundo.

Como os sentimentos provocam (ou aliviam) a dor física



Ana Carolina Prado 27 de junho de 2011
É normal ouvir (e dizer) que pé na bunda dói. Normalmente, encaramos essa dor no sentido figurado. Mas estudos recentes têm mostrado que a conexão entre a dor física e emocional é maior do que os cientistas imaginavam.
Uma pesquisa da Universidade de Michigan encontrou evidências de que o sofrimento emocional, se for intenso o bastante, pode ativar as mesmas áreas do cérebro relacionadas à dor física. Os pesquisadores descobriram que pensar em uma pessoa que terminou um namoro com você recentemente pode provocar um tipo de dor muito semelhante (pelo menos em relação à atividade cerebral) à que você sente quando derrubam café quente em seu braço.
Para o estudo, foram recrutados 40 voluntários que haviam passado por um fim inesperado (e não desejado) de um relacionamento amoroso nos últimos seis meses e que disseram se sentir rejeitados por causa disso. A atividade cerebral dos participantes foi monitorada enquanto eles realizavam algumas tarefas.
Em uma delas, tiveram de olhar para fotos de seus ex-namorados e meditar sobre uma experiência de rejeição específica envolvendo essa pessoa. (Experiência meio sádica, né?). Depois foi monitorada a sua reação à dor física: eles sofreram uma estimulação térmica intensa no braço. As respostas cerebrais foram bem semelhantes.
Foi a primeira vez que essa relação ficou clara. Outros pesquisadores já haviam tentado provar que um coração partido dói, mas ainda não haviam conseguido. Essa equipe descobriu que, quando a dor emocional é forte o bastante, isso pode acontecer, sim. Para o coordenador da pesquisa Ethan Kross e seus colegas, a rejeição simulada em experimentos anteriores não tinha sido forte o suficiente para provocar uma dor emocional verdadeira nos voluntários – por isso é que os estudos tiveram resultados diferentes. O que eles ainda não sabem é se a dor física provocada pela rejeição atinge uma parte específica do corpo ou é difusa.
Amor também pode ajudar a suportar a dor
E o contrário, funciona? Pensar na pessoa que você ama – e que ainda não lhe deu um pé no traseiro – pode reduzir a dor física? Um estudo de 2009 da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) mostrou que sim. Foram feitos testes em que 25 mulheres com um namoro estável e feliz há mais de seis meses receberam estímulos de calor moderadamente dolorosos em seus antebraços enquanto passavam por uma série de condições diferentes. Em uma das situações, cada mulher segurou a mão de seu namorado, a mão de um estranho do sexo masculino e uma bolinha para apertar. Os pesquisadores descobriram que, quando as mulheres seguravam a mão de seus namorados, sentiam menos dor física do que as outras voluntárias.
Repetiram a experiência com fotos: as voluntárias recebiam os estímulos no braço enquanto olhavam fotografias de seu namorado, de um estranho e de uma cadeira. O resultado mostrou que a mera lembrança do parceiro trazida pela fotografia foi capaz de reduzir a dor.